Em encontro realizado nesta quarta-feira (20), no Palácio da Alvorada, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping reafirmaram a parceria estratégica entre Brasil e China, com destaque para o agronegócio. A China, maior parceira comercial do Brasil desde 2009, desempenha papel crucial como destino das exportações agrícolas brasileiras. O encontro resultou na assinatura de 37 acordos bilaterais, incluindo protocolos que abrem novos mercados agrícolas e podem gerar mais de US$ 500 milhões por ano ao agronegócio nacional.
Agronegócio: novos mercados e potencial de crescimento
Entre os acordos firmados entre Brasil e China, destacam-se os quatro protocolos sanitários e fitossanitários assinados com a Administração Geral de Aduanas da China (GACC), que permitem a exportação de novos produtos, como:
- Uvas frescas, com foco em estados como Pernambuco e Bahia.
- Gergelim, aproveitando a crescente demanda chinesa, maior importador global do produto.
- Sorgo, com potencial de expansão no mercado chinês.
- Farinha e óleo de peixe, além de outras gorduras e proteínas derivadas de pescado destinadas à alimentação animal.
Esses protocolos garantem requisitos rigorosos, como o uso de boas práticas agrícolas e controle de qualidade, além da necessidade de empresas exportadoras adotarem sistemas de análise de perigos e rastreabilidade, assegurando competitividade nos mercados globais.
Oportunidades e desafios para o agro brasileiro
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o potencial comercial desses acordos pode superar US$ 500 milhões anuais, consolidando o Brasil como fornecedor estratégico e confiável de alimentos. A China já importa cerca de US$ 7 bilhões em produtos como farinha de peixe, sorgo e frutas premium, áreas em que o Brasil busca expandir participação.
- Gergelim: Em 2023, o mercado global movimentou US$ 1,53 bilhão, com a China respondendo por 36,2% das importações mundiais. O Brasil, sétimo maior exportador, está expandindo suas áreas de cultivo para atender à crescente demanda.
- Sorgo: Apesar de uma participação ainda modesta (0,29%), o Brasil tem potencial para competir com grandes fornecedores como os EUA, que dominam o mercado.
- Uvas frescas: O Brasil, com 2% do comércio mundial, avança no mercado chinês, que importou US$ 480 milhões em 2023, impulsionado pela demanda por frutas premium.
Diplomacia e impacto geopolítico
O encontro ocorre em um momento estratégico, em meio à vitória de Donald Trump nos EUA e suas políticas protecionistas. Para Lula, o acordo entre Brasil e China reforça a estratégia de diversificação comercial e a diplomacia sul-sul, buscando reduzir a dependência de mercados norte-americanos.
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